sexta-feira, 19 de agosto de 2011

32- MEU COMPUTADOR AGORA É UM IPAD. MEU LABTOP VIROU MÁQUINA DE ESCREVER.

Acredite: um tablet não é um computador sem teclado. É um outro bicho, muito mais evoluído. Uma tela na mão, fácil de usar e carregar para todo lado, e que lê, brincando, tudo que você nem sabia que queria ler. A qualquer hora, em qualquer lugar.

Você lia um jornal todo dia, que comprava na banca da esquina. Com o iPad isso não basta: leio todo dia a FOLHA e o ESTADÃO, se tiver tempo ainda folheio o 247, O GLOBO (principalmente o blog do Noblat), e dou uma passada de olhos no NEW YORK TIMES.

Acho que essa mudança de hábito na leitura de jornais exemplifica muito bem a mudança que os tablets fazem na nossa relação com a tecnologia. É o querer mais, buscar mais, se informar mais. Porque é fácil, rápido, está tudo ali ao alcance de um simples gesto do dedo. E você precisa se controlar para não ficar lendo 20 coisas, uma atrás da outra – como faz nos primeiros dias com o tablet na mão.

(E não estou nem falando dos emails, das redes sociais, dos livros, das fotos com ótima qualidade, dos filmes com imagem fantástica, dos gadgets, dos joguinhos, dos milhares de apps que ficam provocando você todo dia.)

É por isso que as vendas de desktops e notebooks caíram 20% na Europa, no ano passado: os consumidores têm preferido comprar tablets, como o iPad. Os mais atingidos, (segundo pesquisa da Gartner divulgada nesta quarta, 11/08) foram os netbooks (aqueles notebooks pequenos e baratos para viagem) que cairam 53% em relação ao mesmo período do ano passado. A venda de PCs caiu 15,4%.

Uma analista da Gartner disse: “A maioria dos consumidores está contendo gastos em PCs, estendendo os ciclos de vida dos computadores que já têm e comprando outros aparelhos”. Para a empresa, os tablets são responsáveis pela maior parte das vendas – a Apple com 75% do mercado e os aparelhos Android com 20%.

Não deve ser diferente em outros países. Os tablets vieram para mudar o mercado e melhorar a nossa forma de nos relacionarmos com esse mundo digital. Como os europeus da pesquisa, mantenho meu velho labtop (3 anos e meio de uso) em ação – e ele dá conta do recado, já que virou uma máquina de escrever digital, fazendo uma das poucas coisas que ainda ficou mais agradável fazer com ele: escrever textos mais longos.

Se você está pensando em trocar seu labtop ou desktop, pense nessa alternativa. Mantenha seu amigo velho de guerra e se aventure no mundo dos tablets. Aqui tudo é novo, tudo é novidade. E vai ficar melhor ainda.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

31- QUANDO O MUNDO REAL VAI VIRAR DIGITAL?


O mundo digital já está pronto para substituir o mundo real. Isto quer dizer: os jornais e as revistas podiam ser hoje só digitais, os livros também, a locação de filmes podia ser só pela internet, e assim por diante. Mas não é o que acontece, ou vai acontecer tão cedo.
Porque apesar da tecnologia estar pronta para dar esse passo, as empresas ainda não estão. Os modelos de negócios, que até hoje funcionaram tão bem no mundo real, ainda não são seguros quando você passa para o mundo digital.
Veja o mundo dos jornais. A circulação dos exemplares de papel, segundo pesquisa divulgada semana passada, está crescendo no Brasil. E as empresas estão comemorando o resultado –já que ainda não têm um modelo seguro para apressar a travessia. Como vai ser o modelo do jornal digital: Grátis para o leitor, bancado pela propaganda? Bem barato para o leitor e com ajuda da propaganda? Ou precisa ser mais caro para o leitor porque terá pouca ajuda da propaganda? Vai substituir completamente o jornal de papel ou vão coexistir (parte papel, parte digital)? Quanto o leitor está disposto a pagar por uma assinatura digital?
Ninguém ainda tem essas respostas. Nem nos EUA, onde o negócio da imprensa digital está mais avançado e o New York Times comemora sucesso na venda de assinaturas digitais. Mas ainda depende fortemente do mundo de papel, onde está o grande faturamento da empresa.
Lá,  onde se leva a sério os números e eles são mais abertos para a sociedade, vemos mais sinais da diminuição de força do mundo de papel: a propaganda em jornais diminuiu 45%, vários pequenos e médios jornais já fecharam as portas e mais de 20 mil jornalistas foram despedidos nos últimos 5 anos (segundo o Centro Knight para Jornalismo nas Américas).
Quando você vai para o mundo dos livros didáticos, as indicações são diferentes. Diversas universidades e até escolas de ensino médio brasileiras já estão fornecendo tablets para seus alunos –e acabaram com as apostilas e livros didáticos de papel. As planilhas de custos, dessa vez, deram vitória para a tecnologia. O que é mais moderno, além de abrir novas formas de pesquisa via internet para os alunos, também é mais econômico. O modelo fechou.
No mundo do aluguel de filmes, lá nos EUA, outro sinal claro: a Netflix, maior locadora de DVDs (enviados e devolvidos por um bom sistema de correios) e filmes digitais, resolveu aumentar bastante o custo do aluguel de DVDs -para forçar seus assinantes a optarem pelo modelo só digital, de filmes baixados via internet. Um claro sinal de que, nesse mundinho dos filmes, o caminho digital é o melhor negócio.
E assim vamos, uma área de negócios de cada vez, fazendo nossa travessia mais rápida ou mais lenta para o mundo digital. O Brasil passou a ser o terceiro país do mundo em venda de computadores (só atrás de China e EUA). Baixou impostos para baixar os preços dos tablets. Falta resolver agora o gargalo das bandas largas, para que todo esse pessoal tenha acesso à internet com qualidade a preços razoáveis. Para acelerar mais –ou não- nossa passagem para o tal do mundo digital.