domingo, 4 de novembro de 2012

42- HOMENAGEM AO JORNAL DA TARDE. A GRANDE REVOLUÇÃO DO JORNALISMO?


Primeira metade dos anos 70. Eu era um jovem repórter do Jornal da Tarde. (Tinha saído da faculdade em 68, direto para a nova revista Veja. Era um dos 200 universitários que a Abril peneirou em todo o Brasil para começar a fazer a grande revista semanal da época. Em 72 saí da Veja para o JT.) Cheguei na redação no fim da tarde, como todos os dias, e comecei batucar na máquina de escrever. Mais ou menos isso aqui.

-      Você liga o rádio. Uma música começa sem ser anunciada. Só um violão, uma batida bem cadenciada: tung jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung, jacatung... Ninguém precisa dizer nada, você já sabe que é Jorge Ben.

E aí vinha uma matéria de página inteira sobre  o revolucionário Jorge Ben, hoje Jor, um de nossos grandes músicos. Levei para o editor (não consigo me lembrar quem era) que leu a matéria inteira sem falar nada, aí virou pra mim e disse: “Vou cortar esse começo. Escrever som não é jornalismo.”

Porque não? perguntei. É o som que ele faz no violão. A melhor forma de apresentar o balanço do Jorge Ben. E aí começamos uma discussão sobre o assunto. Como não chegamos a um acordo, ele perguntou a outro editor o que achava. Um a favor, um contra. Um terceiro, um quarto, e logo a redação inteira discutia acaloradamente se aquilo era válido ou não. A discussão continuou até de madrugada, quem chegava (os editores chegavam mais tarde) ia entrando no assunto do dia.

Como não chegaram a um consenso decidiram não errar, em nome da inovação, de não proibir o inusitado –publique-se.

No dia seguinte a discussão continuou na redação. Uns gostavam, outros não. Semana seguinte, uma grande matéria de duas páginas, tinha um título bem curto e grande: Click. Era sobre fotografia. O JT tinha assumido o onomatopaico no jornalismo. Um efeito tão comum nas histórias em quadrinhos, entrava para as páginas dos jornais.



Estou contando essa história para mostrar, para quem não viveu o dia a dia do JT, como as coisas aconteciam. Como tudo era levado a sério, como uma coisa aparentemente nova era discutida à exaustão. E aplicada dali para a frente. Não sei se foi realmente a primeira vez que se usou sons escritos no jornalismo. Nem é tão importante aqui.

Importante era o compromisso com as coisas novas, inteligentes, com quebrar paradigmas, ir além do que os outros estavam fazendo. Criar novas formas de diagramar, de escrever, de se comunicar. Tudo respaldado por uma equipe de primeira, com quem aprendi muito.

Por isso o JT marcou época e influenciou não só o jornalismo, mas a propaganda, as artes gráficas, e talvez a literatura, a música, o teatro da época. Quem estava por perto era contaminado por aquela maneira livre de pensar e trabalhar.

Esta semana o JT fechou, com quase 50 anos de vida. Já tinha morrido anos antes, quando o Estadão, por razões empresariais, deixou de manter aquela brilhante e cara redação. E o JT virou um jornal como os outros. Mas deixou uma lição de como fazer jornalismo moderno e de qualidade.

É verdade que as pessoas não gostam de ler coisas compridas? As matérias do JT eram bem compridas e muito bem escritas –e as pessoas adoravam ler. Vinham numa embalagem sofisticada, com grandes e belas fotos ou desenhos. Tipografia caprichada. Muito branco para deixar tudo limpo, nada de encher todos os espaços.

Acho que faria sucesso ainda hoje, que vivemos a cultura dos 140 toques. Aliás é esse tipo de cultura que está faltando no jornalismo digital que está começando agora, nos iPads e iPhones da vida. Uma cultura de inovação que não se contente em repetir na telinha digital o mesmo que fazem nos jornais de papel.

Jornalismo digital vai ser outra coisa. Diferente, participativo. Precisa um grupo como aquele do JT para começar uma nova revolução. Estou aqui para aplaudir.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

41- O ESTADÃO, A FOLHA E O GLOBO GANHARAM UM NOVO CONCORRENTE DE PESO: O NEW YORK TIMES.


A partir de 2013 você vai poder ler no seu iPad, computador ou iPhone, um novo jornal. Nada menos que o famoso The New York Times, agora em português. Edição brasileira, com matérias locais e internacionais, com a chancela de qualidade do NYT. Assim como eles já estão fazendo na China. Pode não ser pouca coisa não, para o negócio do jornalismo no Brasil. Acho bom ficarem espertos.

Isso é apenas o começo, ou a continuação, de uma concorrência que –com os avanços da tecnologia- vai ficar cada vez mais global. Ou você nunca pensou que uma das maiores forças das novas tecnologias aplicadas aos jornais é a possibilidade deles terem leitores espalhados por todo o mundo? Essa possiblidade está ali, implícita nestas novas tecnologias. Só não vê quem não quer.

Em entrevistas aos jornais daqui, Arthur Sulzberger, Publisher e Presidente do grupo NYT, deu esta notícia e falou das novas tecnologias sem nenhum preconceito: “produzimos notícias de qualidade e publicamos onde nossos leitores preferem –no papel, no iPad, no computador. Quanto tempo vai durar o jornal de papel? Enquanto nossos leitores quiserem.” Este é o novo mundo.

Ele também fala na velocidade da nova tecnologia, na possibilidade de agregar vídeos ao material jornalístico. Com uma naturalidade que a gente não vê quando nossos empresários da mídia falam do futuro do jornalismo –sempre defendendo o negócio baseado no papel, no poder das grandes impressoras, da frota de caminhões para distribuição, da rede de bancas espalhadas pela cidade. Por isso a diminuição da venda de jornal nas bancas soa como o fim do negócio dos jornais. Quando pode ser apenas o reinício.

Vamos lembrar também que foi o NYT que criou o sistema de pagamento para notícias na internet chamado paywall –que, ao mesmo tempo que cobra dos assinantes, deixa uma abertura para quem quiser ler algumas notícias sem pagar nada. Isto é, você cobra porque tem que pagar sua estrutura de produção, mas não afugenta os leitores ocasionais. Ao contrário, mantém uma ligação com eles, que podem ser futuros assinantes. Este sistema está sendo copiado no mundo todo, inclusive no Brasil.

Não tem mais sentido tantos veículos gráficos brasileiros que, moderninhos, lançaram seus Apps no iPad. Cobram o mesmo preço da banca (apesar da edição digital não ter os custos da edição de papel) e não deixam o não pagante ter acesso a nada. Esse é o comportamento da maioria das revistas brasileiras, que ainda não aprenderam a lidar com a cultura das novas tecnologias.

Sugiro darem uma olhada no App da The Economist, respeitada em todo o mundo, onde você compra ou assina a revista ou, sem pagar nada, tem acesso às principais matérias selecionadas pelos editores. Podemos chamar isso de venda futura. Ou mesmo de manter o interesse e aumentar o valor da marca. Aumentar a distribuição. É uma bela decisão estratégica, não acha? Além de ser muito simpática.



Aí perguntaram para o Arthur Sulzberger se o NYT também ia trabalhar com a tecnologia HTML5 (a Folha usa esta tecnologia) para fugir da ditadura da Apple. Pergunta preconceituosa, também, porque os empresários brasileiros acham muito cara  a comissão que a Apple cobra para vender seus jornais (acho que é 20%). Ele respondeu que não pretendia sair daquela tecnologia, mas sim acrescentar uma outra possibilidade.

O que os empresários que reclamam da Apple não enxergaram ainda é que a Banca do iPad abriu a possiblidade de você vender seu jornal no mundo inteiro. Por isso o NYT está lá e por isso mesmo ele vai lançar sua edição brasileira. Quanto vale uma distribuição mundial e instantânea? Que valor agrega a seu produto e sua marca? Quanto custa a mais ou a menos que a velha impressão/distribuição do jornal de papel?

São novos tempos, novas tecnologias. Que precisam de novas respostas. E convidam as pessoas a pensar grande. Sem os limites da banca da esquina.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

40- O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO II. A CONTINUAÇÃO.



 Aconteceu em São Paulo o 7.º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Reuniu 918 jornalistas de 25 estados e de 10 países diferentes. É o segundo maior evento do gênero no mundo, dizem que ano que vem será o maior.
É claro que a discussão acabou em cima do futuro dos jornais. Para atualizar a discussão que comecei neste blog, repito abaixo algumas frases selecionadas pelo jornalista José Roberto de Toledo em sua coluna (Estadão, 16/07/2012). Quem já leu a coluna dele, deixa para lá.
"A internet procura imitar os jornais, e os jornais estão tentando imitar a internet. Para os jornais, isso é suicídio. (...) Que os jornalistas voltem sua criatividade para encontrar o jornal do seu tempo."
(Jânio de Freitas, 80 anos, 60 de jornalismo.)
"A revolução digital transformou o habitat dos meios de comunicação da escassez de um deserto na abundância da floresta amazônica. O que está em crise é o modelo de negócio dos jornais, não o jornalismo." (Rosental Calmon Alves, fundador do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.)



"O modelo de cobrança de conteúdo online criado pelo New York Times está dando certo. Conseguimos 500 mil assinantes digitais e a circulação do jornal impresso aos domingos cresceu. Não sei se o modelo é replicável em outro lugares, por outros veículos." (David Carr, colunista do New York Times, mais badalado analista de mídia do mundo.)


"Nada substitui estar presente no local dos fatos, mas o jornalista pode completar suas informações pesquisando e desenvolvendo fontes nas redes sociais." (Andy Carvin, autor da melhor cobertura em tempo real da Primavera Árabe.)
"Os emergentes da classe C não querem ser iguais às pessoas da classe A. Eles têm identidade própria. Seus padrões de beleza e seus ideais de consumo são diferentes. As mulheres da classe A querem ter o corpo da Gisele Bündchen, as da classe C, o da Geisy Arruda." (Renato Meirelles, diretor do Data Popular, referência sobre as classe de consumo C, D e E, ao dizer que o novos consumidores não vão comprar os mesmos jornais que a classe A lê.)


"Desde 2005, 40 mil jornalistas foram demitidos nos EUA. (...) O jornal onde eu trabalhava não existe mais. O New York Times hoje é um negócio completamente diferente. (...) Fazemos muitas transmissões ao vivo, vídeos e devemos fazer cada vez mais. (...) Um jornalista depende menos do que ele estudou e mais do que ele fez e faz, do número de seguidores que ele tem no Twitter; sua contratação é uma fusão da sua marca com a do veículo onde ele vai trabalhar. (...) Esta é a melhor época de todos os tempos para ser jornalista. (...) Como jornalistas, apesar de não ganharmos muito, vivemos a vida de reis ou de rainhas; acho que vale a pena lutar por isso." (David Carr, New York Times.)
Este tema ainda vai esquentar muitos congressos pela frente. Continuaremos acompanhando. O que eles dizem e o que eles fazem.

(Leia abaixo O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO.)

domingo, 1 de abril de 2012

39- ASSISTA A TV GLOBO. AGORA NA INTERNET.


Sinal dos tempos: a TV Globo anunciou que está trabalhando firme para ter um canal, também, na internet. Como o Google TV, o You Tube TV,  e todos os outros que já entraram ou estão entrando nessa onda. Logo logo você vai ter centenas de canais de TV assim na internet, mas direto na sua TV. Com uma grande diferença: você assiste o que quiser, na hora que quiser.

Não faz mais sentido a gente esperar o horário estabelecido por uma TV aberta ou fechada (por assinatura) para assistir um filme, uma série, ou até uma novela. Tudo que já está gravado pode e deve ser assistido na hora que você escolher. Isto é novo, é moderno, é a nova tecnologia, é a nova TV. Que já está acontecendo.

Basta ter um aparelho de TV novo, desses já conectados na internet. Ou uma Apple TV (uma espécie de streamilizador, acabei de inventar), ou um Xbox (game da Micrsoft), que jogam imagens destes canais direto na sua TV.



Filmes já estão disponíveis em vários canais grátis – como You Tube (é, também tem longas no you tube). E os que não estão ali, geralmente os mais novos, estão em canais pay per view como Netflix (R$ 15,00 por mês para assistir quantos filmes quiser) ou iTunes da Apple e Now da NET  (onde estão os lançamentos, ainda mais novos, e você paga por filme que aluga). Você assiste na hora que quiser (com bela qualidade de imagem) e não na hora que a Globo mandar.

E o que vai sobrar com hora marcada? Telejornais, esportes, shows, eventos. Assistir as coisas ao vivo, na hora que acontecem. Vale até guerra ao vivo, como aconteceu no Iraque, que a gente assistia os tiros cortando a noite na nossa TV.

Isso vai afetar bastante o modelo de negócio das TVs abertas, é claro. Mas ainda vai demorar um tempão para acontecer para valer. Os novos canais na internet estão chegando, estão disputando conteúdos, vão bancar e produzir novos conteúdos, um belo novo mercado para quem trabalha com produção audiovisual.

Aí, quando eles tiverem conteúdos para competir, vão atingir primeiro as classes mais altas, com estes aparelhos mais caros, alguns bons anos para chegar à massificação. Quer dizer, a Globo ainda vai reinar muitos anos. E, se for competente, pode reinar também na internet. Bom conteúdo ela tem bastante.

É um bom momento para a gente ler O Livro do Boni, que conta a vida do cara muito competente que inventou a TV como ela é hoje. E que logo logo vai acabar.



Eu era jornalista, escrevia também sobre TV, quando o Boni começou a dirigir a Globo. Lembro que fui fazer uma entrevista com ele na Globo São Paulo, ali na rua das Palmeiras, para o Jornal da Tarde –que era o grande jornal da época, filhote do Estadão.

Para mudar mais rápido a cabeça das pessoas que trabalhavam na nova Globo, ele entrava na sala delas e escrevia na parede com pincel atômico, bem no estilo da Revolução Cultural: VOCÊ TEM NA MÃO O VEÍCULO MAIS FORTE QUE EXISTE. USE-O. E ai de quem apagasse o que estava escrito nas paredes. Boni era o Mao da nossa TV.

Ele é um grande profissional. Levou a TV Globo ao primeiro lugar de audiência sem mudar muito os programas, só implantando uma nova forma de divulgar sua própria programação, como acontece até hoje – criou as chamadas, o plim plim, etc.

Defensor da máxima TV É HÁBITO, criou a famosa grade da TV Globo de hoje: novela, Jornal Nacional, novela. Dizia que a novela era a forma mais barata de amarrar a audiência todo dia. E criar o hábito de sintonizar todo dia o mesmo canal. Criou uma grade de programação baseada em novelas e desbancou as outras TVs –com programações baseadas em shows e musicais. Criou o padrão Globo de qualidade.

O Boni, que é um cara muito inteligente, também deve concordar comigo. Não tem mais sentido TV com hora marcada. Não com as tecnologias que temos hoje à disposição. Muito menos com as tecnologias que vão chegar amanhã, que podem mudar tudo isso que está acontecendo hoje.

domingo, 25 de março de 2012

38- A POLÍTICA DOS POLÍTICOS NÃO É MAIS A POLÍTICA DAS PESSOAS. A INTERNET É A PROVA DISSO.


A imagem que mais marcou 2011 apareceu nas capas das revistas do fim do ano: o mundo inteiro protesta. Começou com a primavera árabe, em países que viviam sob ditaduras antigas, onde –de repente, sem aviso prévio, sem lideranças formais- as pessoas foram para as ruas pedir dignidade. Liberdade, abaixo o governo tirano, valores básicos assim.

O movimento correu de um país para outro, como se respondesse a um planejamento prévio, e pegou todo mundo de surpresa. Inclusive os ditadores, que nunca esperavam movimentos tão fortes contra eles. Revoluções espontâneas nascidas nos papos da internet, que era por onde as pessoas se comunicavam. E onde combinaram de ir juntos para a rua.


O mundo se maravilhou com aqueles jovens corajosos que resolveram enfrentar tudo, para mudar o destino de seus povos e países. Liberdade para eles, o mundo inteiro apoiou.

Até aí tudo bem. Tunísia, Egito, Líbia, Síria, não faz mais sentido governos como esses no mundo de hoje. Mas depois o movimento atravessou os mares e foi estourar na Europa em crise –Grécia, Espanha, Itália, um por um foram entrando na era do protesto.

Depois o movimento atravessou o oceano e foi estourar em Wall Street. Somos 99% e não aceitamos o que está acontecendo aqui, o que está acontecendo no mundo. Como é que ocupações que faziam sentido na Praça Tahir começaram a acontecer em Wall Street? E porque uma ocupação pacífica nos EUA incomoda tanto os governos locais?

A origem de todos estes movimentos e a forma deles se comunicarem com as pessoas e com o mundo é a internet. Redes sociais, que servem para você falar do seu dia a dia com os amigos,  também servem para você fazer sua crítica ou gozação política. Servem para discutir e divulgar um movimento que um grupo de pessoas começou.

Porque só discutimos os problemas aqui na internet? Porque parece que não existe mais espaço na política formal para o que as pessoas pensam e querem. Aconteceu uma ruptura entre as pessoas e os políticos profissionais, que parecem cada vez mais defender interesses que não são os nossos. Os partidos não têm mais valores, causas, estão apenas preocupados com ganhar o poder. E depois manter.

Isso vale para o Brasil, mas também parece valer para os outros países do mundo. Quem levou o mundo para a crise que todos estão vivendo, senão os políticos e governos que realizaram um formato de crescimento apoiado em valores econômicos que estouraram no nosso colo?

No Brasil, assuntos muito sérios para o nosso futuro, como o Código Florestal, precisaram da internet para serem levados a sério. Na mãos dos políticos ia ser resolvido sem a participação de ninguém, muito menos dos cientistas –quem mais deviam ser ouvidos num assunto tão técnico quanto esse. Porque os políticos ativos neste projeto tinham interesses para defender. Interesses que não necessariamente eram os nossos.


Precisou um grupo de 150 entidades da sociedade civil se juntar e convocar os brasileiros para a luta, na internet, para equilibrar um pouco o jogo. Que continua mais forte do lado de lá, onde estão os interesses que os políticos defendem. Do lado de cá, do lado dos cientistas e das pessoas que se importam com o futuro do Brasil, só alguns políticos isolados. Nenhum partido importante se meteu nessa briga.

Como vai ser a política do futuro? Todo mundo discutindo todos os assuntos e depois votando pela internet? Governos abertos, na internet, para ouvir as pessoas todo dia e não só na hora das eleições? Políticos conectados e preocupados em representar de verdade o que as pessoas que votaram neles pensa?

Seja qual for o caminho, tudo vai passar por aqui. Afinal, a internet é o que representa melhor o que cada pessoa pensa, o que todas as pessoas pensam. E tudo vai depender do que a gente fizer hoje na internet: discutindo, cobrando, participando, assinando embaixo. Ou então vamos continuar aqui apenas gozando políticos e governos, gozando de nós mesmos.



PS: O STF acaba de proibir políticos de fazer propaganda política pelo twitter, antes do chamado período eleitoral –quando TV e rádio têm os programas políticos gratuitos. É o sistema reforçando a cultura da política com hora marcada. Só discuta política na hora das eleições.