segunda-feira, 23 de julho de 2012

40- O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO II. A CONTINUAÇÃO.



 Aconteceu em São Paulo o 7.º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Reuniu 918 jornalistas de 25 estados e de 10 países diferentes. É o segundo maior evento do gênero no mundo, dizem que ano que vem será o maior.
É claro que a discussão acabou em cima do futuro dos jornais. Para atualizar a discussão que comecei neste blog, repito abaixo algumas frases selecionadas pelo jornalista José Roberto de Toledo em sua coluna (Estadão, 16/07/2012). Quem já leu a coluna dele, deixa para lá.
"A internet procura imitar os jornais, e os jornais estão tentando imitar a internet. Para os jornais, isso é suicídio. (...) Que os jornalistas voltem sua criatividade para encontrar o jornal do seu tempo."
(Jânio de Freitas, 80 anos, 60 de jornalismo.)
"A revolução digital transformou o habitat dos meios de comunicação da escassez de um deserto na abundância da floresta amazônica. O que está em crise é o modelo de negócio dos jornais, não o jornalismo." (Rosental Calmon Alves, fundador do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.)



"O modelo de cobrança de conteúdo online criado pelo New York Times está dando certo. Conseguimos 500 mil assinantes digitais e a circulação do jornal impresso aos domingos cresceu. Não sei se o modelo é replicável em outro lugares, por outros veículos." (David Carr, colunista do New York Times, mais badalado analista de mídia do mundo.)


"Nada substitui estar presente no local dos fatos, mas o jornalista pode completar suas informações pesquisando e desenvolvendo fontes nas redes sociais." (Andy Carvin, autor da melhor cobertura em tempo real da Primavera Árabe.)
"Os emergentes da classe C não querem ser iguais às pessoas da classe A. Eles têm identidade própria. Seus padrões de beleza e seus ideais de consumo são diferentes. As mulheres da classe A querem ter o corpo da Gisele Bündchen, as da classe C, o da Geisy Arruda." (Renato Meirelles, diretor do Data Popular, referência sobre as classe de consumo C, D e E, ao dizer que o novos consumidores não vão comprar os mesmos jornais que a classe A lê.)


"Desde 2005, 40 mil jornalistas foram demitidos nos EUA. (...) O jornal onde eu trabalhava não existe mais. O New York Times hoje é um negócio completamente diferente. (...) Fazemos muitas transmissões ao vivo, vídeos e devemos fazer cada vez mais. (...) Um jornalista depende menos do que ele estudou e mais do que ele fez e faz, do número de seguidores que ele tem no Twitter; sua contratação é uma fusão da sua marca com a do veículo onde ele vai trabalhar. (...) Esta é a melhor época de todos os tempos para ser jornalista. (...) Como jornalistas, apesar de não ganharmos muito, vivemos a vida de reis ou de rainhas; acho que vale a pena lutar por isso." (David Carr, New York Times.)
Este tema ainda vai esquentar muitos congressos pela frente. Continuaremos acompanhando. O que eles dizem e o que eles fazem.

(Leia abaixo O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO.)

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