É claro que a discussão acabou em cima
do futuro dos jornais. Para atualizar a discussão que comecei neste blog,
repito abaixo algumas frases selecionadas pelo jornalista José Roberto de
Toledo em sua coluna (Estadão, 16/07/2012). Quem já leu a coluna dele, deixa
para lá.
"A internet procura imitar os
jornais, e os jornais estão tentando imitar a internet. Para os jornais, isso é
suicídio. (...) Que os jornalistas voltem sua criatividade para encontrar o
jornal do seu tempo."
(Jânio de
Freitas, 80 anos, 60 de jornalismo.)
"A revolução digital transformou o
habitat dos meios de comunicação da escassez de um deserto na abundância da
floresta amazônica. O que está em crise é o modelo de negócio dos jornais, não
o jornalismo." (Rosental Calmon
Alves, fundador do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.)
"O modelo de cobrança de conteúdo
online criado pelo New York Times está dando certo. Conseguimos 500 mil
assinantes digitais e a circulação do jornal impresso aos domingos cresceu. Não
sei se o modelo é replicável em outro lugares, por outros veículos." (David Carr, colunista do New York Times,
mais badalado analista de mídia do mundo.)
"Nada substitui estar presente no
local dos fatos, mas o jornalista pode completar suas informações pesquisando e
desenvolvendo fontes nas redes sociais." (Andy Carvin, autor da melhor cobertura em tempo real da Primavera Árabe.)
"Os emergentes da classe C não
querem ser iguais às pessoas da classe A. Eles têm identidade própria. Seus
padrões de beleza e seus ideais de consumo são diferentes. As mulheres da
classe A querem ter o corpo da Gisele Bündchen, as da classe C, o da Geisy
Arruda." (Renato Meirelles,
diretor do Data Popular, referência sobre as classe de consumo C, D e E, ao
dizer que o novos consumidores não vão comprar os mesmos jornais que a classe A
lê.)
"Desde 2005, 40 mil jornalistas
foram demitidos nos EUA. (...) O jornal onde eu trabalhava não existe mais. O
New York Times hoje é um negócio completamente diferente. (...) Fazemos muitas
transmissões ao vivo, vídeos e devemos fazer cada vez mais. (...) Um jornalista
depende menos do que ele estudou e mais do que ele fez e faz, do número de
seguidores que ele tem no Twitter; sua contratação é uma fusão da sua marca com
a do veículo onde ele vai trabalhar. (...) Esta é a melhor época de todos os
tempos para ser jornalista. (...) Como jornalistas, apesar de não ganharmos
muito, vivemos a vida de reis ou de rainhas; acho que vale a pena lutar por
isso." (David Carr, New York
Times.)
Este tema ainda vai esquentar
muitos congressos pela frente. Continuaremos acompanhando. O que eles dizem e o
que eles fazem.
(Leia abaixo O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO.)
(Leia abaixo O FUTURO DOS JORNAIS EM DISCUSSÃO.)
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