quarta-feira, 15 de junho de 2011

29- PARA QUE COMPRAR UM LIVRO, SE VOCÊ PODE ALUGAR NO SEU iPAD OU COMPUTADOR?

Outro dia estava no lançamento do livro de um amigo de escola, o Marcos Campomar                            (MARKETING DE VERDADE, editora Gente, leiam que é bom). Conversava com a editora dele, a Alessandra Gelman- sobre o futuro dos livros. O futuro das editoras.

Aí falei para ela: Vocês precisam começar a pensar em novos caminhos, usando as novas tecnologias. Porque as pessoas não podem, por exemplo, alugar um livro, em vez de comprar? Não tem o pay per view para filmes? Porque não pode ter o pay per read para livros?

Ela achou gozada a idéia, mas faz todo sentido, não faz? Você compra um monte de livros que lê e empilha em casa. Poucos você realmente gostaria de guardar na sua biblioteca –para reler um dia, emprestar para os amigos, ou só para ter estocado. E você poder olhar para eles ali, à sua disposição.

Mas como não tem jeito, acaba ficando com todos, não tem nem espaço para tanto. Vira e mexe sua mulher diz –dá esses livros, não tem mais onde guardar. Imagino como é para quem lê para valer, muito mais do que eu.

Aí chegaram os livros digitais. Êba. Os livros ficaram mais baratos (fora do Brasil, que ainda está na idade do papel lascado) e mais fáceis de comprar e arquivar. (Sem falar nos ganhos ambientais: menos árvores sendo derrubadas, menos poluição da indústria, menos lixo, etc.) Mas você vai continuar guardando no seu Kindle ou iPad todos os livros que compra para sempre? Daqui a pouco você vai ter no leitor digital o mesmo problema que tem na vida real –falta espaço para guardar tanto livro. O pay per read volta a fazer sentido, não é?

Minha surpresa é que, lendo a revista Wired hoje, descobri que o pay per read já existe. Tem um artigo (http://www.wired.com/geekdad/2011/06/me-and-my-ipad-readin-machines/) dum James Floyd Kelly onde ele fala que, já que escreve sobre tecnologia, tem que ler muito livros para estar sempre muito bem informado. E são livros caros, todos acima de US$ 40,00. A solução que ele encontrou foi assinar a safaribooks.com, que dá acesso a mais de 13 mil livros de tecnologia das melhores editoras.

Fui lá. A safari é especializada em livros profissionais, na área de tecnologia, criatividade e administração. E funciona com assinaturas individuais mensais, a partir de US$ 23,00. Você lê os livros online. E pode até comprar depois (digital ou em papel) se gostou tanto que quer guardar. Fornece também artigos técnicos e vídeos de treinamento para seus assinantes. Também tem um esquema especial para grupos ou empresas.

Não é um pay per read autêntico mas é um biblioteca nas nuvens, que você assina e usa. Por enquanto, só para livros profissionais.

Mas eu enxergo assim: a Cultura e a Saraiva (ou a editora da Alessandra) alugam livros (US$ 0,99 por filme no iTunes, quanto por um livro?). Você lê online ou baixa, para levar numa viagem. Só precisa alguém resolver o seguinte problema tecnológico. Hoje você aluga e baixa um filme no iPad ou no computador. Quando você assiste pela primeira vez, ele fica à sua disposição por 24 horas –depois ele se autodestrói, como nos filmes de Missão Impossível. Como fazer com um livro -que você não lê todo de uma vez?


(É claro que existem as bibliotecas públicas na internet, onde você pode pesquisar livros e documentos -em algumas até imprimir umas folhas. Mas não têm os livros da hora.)



Nenhum comentário:

Postar um comentário