sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

45- TUDO MUDA, A GENTE MUDA, MEU BLOG VAI MUDAR.

Comecei a escrever este blog no fim de 2010. Com um iPad novo na mão, fiquei impressionado com as mudanças que ele logo fez na minha vida. De uma hora para a outra. Todo dia descobria uma coisa nova. E já dava para enxergar todas as mudanças que vinham pela frente.
Não precisava mais ir até a banca da esquina. Tinha o jornal no iPad todo dia, era só baixar. E não só um jornal, passei a ler dois, três, dar uma olhada nas manchetes de vários outros jornais do mundo todo. Ainda fazia meu jornal pessoal no twitter, com os jornalistas que gosto, respeito, tipo Miriam Leitão e Washington Novaes. Tomei um porre de informação.
Comecei a baixar e ler livros no iPad, que podia levar nas viagens, ou ler em qualquer lugar, enquanto esperava o dentista ou uma reunião. Podia alugar filmes, para assistir no avião. Podia ter joguinhos, para passar o tempo em qualquer lugar. Podia carregar meus documentos e apresentações, sem o peso do notebook.
Fiquei viciado no iPad.
Aí comecei a imaginar o choque que isso ia causar logo logo no modelo de negócio de revistas e jornais, depois dos livros, depois da televisão. Quanta mudança as empresas iam ter que fazer para sobreviver, depois da entrada em cena do iPad e de seus seguidores, os tablets de outros fabricantes. Teriam que repensar totalmente seus modelos de negócio.
Do mesmo jeito que o iPhone tinha revolucionado o mundo da música, o Ipad ia mudar o mundo dos jornais e revistas, dos livros, da televisão –e dos negócio em geral, que usam estas indústrias para se comunicar com seus clientes.
Achei que isso dava um belo blog. E, além de tudo, ia me obrigar a me manter atualizado sobre as novas tecnologias.
Minha geração tem esse privilégio, passou por todas as mudanças de tecnologia dos últimos anos, e percebe essas coisas acontecendo. Cada vez mais rápido. A nova geração, que já nasceu com o celular na mão, nem imagina como era nossa vida antes dos aparelhinhos que carregamos para baixo e para cima. É tudo tão natural para eles. Bebês já mexem no iPad instintivamente. Como mostrei no blog.
Sempre vivi de escrever. Primeiro numa máquina de escrever, depois no computador de mesa, depois notebook, agora no iPad. Como jornalista, mandava informação por telefone (às vezes do orelhão) ou por telex, depois por fax, por fim a internet e o email. Como publicitário vi meu anúncios serem montados a mão, com ilustracões desenhadas por grandes artistas e letraset -antes da Apple mudar todo o mercado gráfico. Montei muito filme em moviola, onde você cortava fotograma por fotograma na mão, depois colava com durex. Hoje faz tudo isso num computador.
Vivemos um tempo de mudanças profundas nos negócios, na política, no nosso dia a dia. Incentivadas pelas novas tecnologias. Adoro me sentir no meio dessa confusão e procurar enxergar o que vem pela frente. Por isso me divirto bastante escrevendo este blog.

Só que eu esperava que as empresas também se entusiasmassem com a busca do novo. E assim eu teria assunto toda semana para escrever e comentar. Mas o que acontece na prática é que as empresas não estão interessadas em mudar rápido assim. Porque está em jogo o poder que elas têm.
Até outro dia, para fazer um jornal e concorrer com os Mesquita e os Frias, você precisava de muito dinheiro para comprar rotativas gigantes para imprimir o jornal, comprar toneladas de papel, e ainda ter uma frota de caminhões para distribuir pela cidade, pelo estado, aviões para levar para o resto do país. Hoje, teoricamente, meia dúzia de bons jornalistas fazem um jornal digital e distribuem pela internet. O negócio de jornais ficou mais democrático.
Mas não é tão simples assim. O jornal de papel dava e ainda dá algum dinheiro. O modelo de negócio do jornal digital ainda não está bem resolvido. Pouca gente está fazendo lucro com este formato. Os grande jornais mundiais, tipo New York Times, estão investindo e procurando os novos caminhos. Os outros estão esperando para ver os resultados. Quando dá certo, todo mundo vai atrás. Pouca gente se arrisca a buscar o novo. Parece que nem têm interesse em apressar o processo.
Enquanto isso, no mundo digital, no meio de uma avalanche de informações, as pessoas procuram filtros seguros, que garantam qualidade para a informação que gostam de ler. E aí os Mesquita e os Frias saem na frente, têm a confiança de seus leitores de muitos anos. Têm imagem de marca. Vamos ver como isso tudo evolui.
Acontece que minha praia não é tecnologia, que muda toda hora. E tem muita gente boa escrevendo sobre isso. Meu negócio é comunicação. Estava escrevendo aqui sobre a relacão entre tecnologia e comunicação, um pouco de marketing, para discutir as mudanças que estão acontecendo. Mas o tema tecnologia acabou me limitando, não falava de uma série de assuntos que me interessavam, porque escrevi ali em cima do blog que meu tema era comunicação e tecnologia.
Ao mesmo tempo estava arrendondado na cabeça uma teoria que batizei de Communication Thinking, na falta de uma expressão mais precisa para explicar em português. Acho que é uma forma de mostrar como um profissional de comunicação pensa as coisas –os negócios, as empresas, as imagens de marca, os acontecimentos, e até mesmo pessoas, quando elas representam alguma coisa importante.

Por isso tudo, resolvi mudar o foco do blog daqui para a frente. Não muda tudo, porque o que fiz até agora está contido nesse novo conceito. Mas amplia meu interesse nas coisas que vou discutir com vocês. Me dá mais liberdade. E fica bem próximo do meu trabalho hoje, quando dou consultoria para empresas, ou até para politicos de vez em quando. Espero que vocês gostem, entendam melhor o que estou chamando de Communication Thinking.

2 comentários:

  1. ola raul!
    passo por aqui por recomendação de meu pai...zé alves!
    estarei na área com frequência e parabéns pelo espaço!
    abraço...

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  2. Obrigado, Ricardo. O Zé é um cara muito querido. Fique à vontade para palpitar quando quiser. Abraço.

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