domingo, 17 de abril de 2011

25- MAIS RÁPIDO DO QUE SE ESPERAVA: LIVRO DIGITAL VENDE MAIS QUE LIVRO DE PAPEL.

As mudanças nos hábitos das pessoas mudam tão rápido quanto as mudanças tecnológicas? É o que parece acontecer, cada vez com mais freqüência. Fim do ano passado a Amazon anunciou que estava vendendo mais livro digital que de papel. Tudo bem, afinal eles foram os primeiros a lançar um leitor digital, o kindle- e passaram a treinar as pessoas para o novo tipo de leitura. Venderam milhões de maquininhas, com preço bom, estão colhendo o resultado.

Mas agora é geral: no mercado americano de livros, a versão digital pela primeira vez disparou na frente, se tornou a categoria mais vendida da indústria editorial americana. Isso significou, em fevereiro, vendas de US$ 90,3 milhões (com crescimento de 202% sobre o mês anterior). Contra os livros de papel, que venderam US$ 81,2 milhões.

Ainda acho mais gostoso ler um livro tradicional. Pegar, folhear, marcar a página. Deixar na cabeceira para ler depois. Também tem gente que gosta do cheiro- do papel e da cola. Tenho um amigo, o Oto, que me levava na hora do almoço para visitar livrarias. Adorava a Livraria Francesa, lá no centrão, onde os livros importados tinham um cheirinho especial.

Mas o que deve estar mudando tão rapidamente o hábito de ler é a praticidade- poder carregar, numa viagem, uma biblioteca inteira na bolsa. Poder comprar livros instantaneamente, na hora que dá vontade de ler, com um clique. Poder comprar livros estrangeiros facilmente. E tudo isso com bons preços. (Melhores mesmo lá fora que no Brasil, onde os livros digitais ainda são vendidos pelo mesmo preço dos livros de papel. O que é um absurdo.)

E isso também nos leva a outra coisa interessante que está acontecendo: os livros que só nascem digitais. Um caso bem típico deste novo fenômeno é o de Amanda Hocking, escritora americana que, aos 26 anos, já publicou nove livros só digitais –e já vendeu mais de 1 milhão de exemplares. Por preços que vão de US$ 0,99 a US$ 2,99 cada exemplar, e onde o autor fica com 70% do total arrecadado. Ficou rica, ficou famosa.

Aconteceu assim: Amanda escreve livros juvenis com temática paranormal –o que é a nova moda, depois dos Harry Potter e dos vampiros bonzinhos. Tentou se vender para várias editoras, sem sucesso. Aí começou a publicar livros digitais (tem vários sites onde você publica o que quer, para ser vendido ou distribuído grátis). E veio o sucesso. Agora Amanda, famosa e rica, está assinando com uma grande editora tradicional, por US$ 2 milhões. Só porque ela está cansada de escrever, divulgar, fazer RP, tudo sozinha.

Este é um ótimo caminho para quem quer começar a vida de escritor sem depender do esquema das editoras, que pagam muito menos para o autor. E podem não gostar do que você escreve. Ou até para autores já famosos, como o Paulo Coelho que entregou a venda dos seus livros, em formato digital, para a Amazon (para ganhar mais, é claro).

A história dos livros digitais está tão séria quem tem várias empresas de software buscando uma solução digital para a dedicatória e o autógrafo do autor no livro. Como, numa sessão de autógrafos, ele pode assinar um livro digital?

Tem gente que resolve isso tirando uma foto com o escritor e publicando em seu site ou facebook –uma prova viva de que tem intimidade com o cara famoso. Tem gente que já pensa em download do livro com uma página a mais em branco, só para isso. Porque viabilizar uma assinatura digital significa que o escritor pode até fazer uma sessão de autógrafos online. Assinando livros de seus fãs que podem estar espalhados pelo mundo. Bem típico do mundo digital, não acha?



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