quarta-feira, 16 de março de 2011

19- REDES SOCIAIS: O SEU JORNALISMO PESSOAL, CADA VEZ MAIS IMPORTANTE.

É a notícia do que aconteceu com uma pessoa contra a notícia do que aconteceu com todos. É a rede social completando o que a TV e a imprensa mostraram. Veja no Japão: na TV e nos jornais você vê o grande evento –o terremoto e o, ainda mais assustador, tsunami. Um espetáculo de imagens lindas e aterrorizantes.

Mas tem o Paulo, seu amigo, que está lá. E aí entram as tecnologias (twitter, facebook, skype) que vão dar uma mãozinha. -Alguém viu o Paulo depois do Tsunami? Dá para falar com ele?

Você entra no facebook todo dia e vê, minuto a minuto, o que acontece com seus amigos, com seus filhos, com seus parentes. Com pessoas que moram ali, no bairro ao lado, mas que não dá tempo de ver toda hora, ou pessoas que moram do outro lado do mundo. Tanto faz. Aqui todo mundo fica pertinho.

Aqui você fica sabendo tudo que acontece com estas pessoas, através de várias pequenas notas diárias, fotos e comentários que não interessam para o mundo, mas interessam sim (e têm até alto valor emocional) para quem participa desse grupo. É o jornalismo pessoal de cada um de nós, mostrando um pouco da nossa intimidade para as pessoas que a gente gosta.

Para que esta convivência simples, que trata de coisas do dia a dia, vire matéria de utilidade pública, basta um fato grande e traumático como o que acontece hoje no Japão. Ou pode, até, ficar mais importante ainda (do ponto de vista da informação), como no caso da Líbia, em que tudo que se vê foi postado por algum jornalista amador –já que a imprensa não entra lá. Aí, as chamadas redes sociais substituem a grande imprensa e passam a informar o mundo. Para desespero dos ditadores.

A primeira vez que ficou bem claro o papel de jornalismo de utilidade pública das redes sociais foi, se não me engano, na revolta da China. O criador do twitter nunca imaginou este papel revolucionário para o comunicador que ele criou para as pessoas falarem entre si. Nem o pessoal do facebook sequer sonhou que o Egito viveria a chamada Revolução do Facebook.

O limite entre uma coisa e outra é que, no seu grupo, você acredita no que seu amigo fala, já que conhece o cara há 20 anos. Mas quando alguém posta uma notícia da Líbia, ninguém conhece quem escreveu ou fotografou. Como acreditar que é de verdade?

Este é o papel da imprensa, profissionais que vivem para nos informar. Já construíram sua imagem de credibilidade e ninguém precisa checar o que eles dizem. Mas, com o desenvolvimento das tecnologias, cada vez mais o não-profissional vai influir nos meios de comunicação profissionais. Não só nos grandes eventos, como agora, mas no dia a dia. Interagindo, acrescentando, dando seu depoimento pessoal, comentando.

Na futura imprensa digital vai ganhar a guerra quem entender bem (e souber usar melhor) o papel que as pessoas em geral podem desempenhar num veículo de comunicação moderno. Já estamos sendo treinados para isso. A gente é que não sabe.


domingo, 13 de março de 2011

18- CHEGOU O iPAD 2. COMEÇOU A FILA DE ESPERA PELO iPAD 3.

Temos que reconhecer que os caras são bons de marketing. O lançamento do iPad 2 teve o mesmo agito, as mesmas filas do lançamento do iPad 1. Com direito, até, de um cara comprar, por US$ 900,00 (imagine só), o primeiro lugar da fila na loja da Apple, ao lado do Central Park, e conseguir seu momento de fama -dando entrevistas para jornais e revistas do mundo inteiro.

A venda online prometia 3 dias para a entrega mas, no fim do dia, mudou o prazo para 3 semanas, por causa do volume. Venderam mais de 600 mil maquininhas no primeiro fim de semana. Quanto tempo vão levar para vender os 15 milhões do primeiro ano do iPad?

Todo esse volume de vendas foi feito só para applemaníacos? Acho que não. Estes números mostram a força com que os tablets (liderados em 83% pelos iPads) chegaram para mudar a nossa vida –e a vida das empresas que mexem com música, filmes, livros, jornais e revistas. Daqui para a frente tudo vai ser diferente.

O simples fato de colocar uma tela na mão das pessoas muda, e muito, a relação que elas têm com a tecnologia. Basta um clique e ali você lê jornais e revistas do mundo inteiro. Leva uma biblioteca inteira na sua bolsa. Carrega filmes ou séries de TV para depois assistir em casa, ou mesmo numa viagem de avião. Carrega toda sua discoteca, se não tiver um iPod. Também pode levar as apresentações do seu negócio -saindo do lazer e informação e entrando com o tablet na sua área de trabalho.

E que os tablets ainda vão mudar e muito, não tenha dúvidas. Cada novo concorrente vai acrescentar uma novidade, para tentar alcançar a Apple neste mercado que cresce mais rápido que todas as maquininhas anteriores. Quem disse que a imagem, um dia, não vai ser projetada em qualquer superfície e você vai comandar as mudanças com gestos no ar? Chegaremos lá, o cinema de ficção já mostrou coisas assim. Apresentações do TED já mostraram protótipos assim.

O iPad 2 não acrescentou mudanças radicais, segundo especialistas do mundo inteiro. Mais leve e mais fino, mais rápido (nem tanto assim, dizem), câmeras na frente e atrás (com baixa resolução). Tanto que a mudança mais comentada foi a nova capa colorida, bonita, que liga e desliga o aparelho conforme você abre ou fecha.

Mas é a velha lógica da tecnologia em ação: sai um novo modelo, a gente se sente ultrapassado, com uma coisa fora de moda na mão. Você ainda tem iPad 1?

O que acho importante, mesmo, é o conceito. Um tablet (seja iPad ou Android) tem esse poder de mudar e facilitar a sua vida. É um ótimo leitor de tudo que é gráfico ou áudio-visual. Leve para carregar, substitui seu labtop com vantagens em, pelo menos, 80% das tarefas.

Quem gosta de ficar na moda, faça fila pelo iPad 2 -ou vá atrás do lançamento de algum novo concorrente. Ou, pensando bem, não é melhor esperar pelo iPad 3? Se o 2 demorou menos de um ano para chegar, o 3 deve chegar bem mais rápido. Afinal, os caras são bons de marketing.



quarta-feira, 2 de março de 2011

17- VEM AÍ O iPAD2, iPAD3, iPAD4.

Hoje é o grande dia que a imprensa está anunciando há vários meses: o lançamento do iPad2. A nova versão do produto mágico que, no ano de lançamento, vendeu mais de 15 milhões de unidades. Todo mundo quer dar, em primeira mão, as novidades que a Apple vai apresentar. Vai ser mais fino, com duas câmeras (na frente, para ligações com imagem, atrás, para fotografar), mais rápido, melhor resolução de tela, tela que não “suja” com os dedos, e por aí vai. E quem já tem iPad já acha que ficou para trás.

Um amigo, desses loucos pela Apple, me escreveu logo que comecei a escrever sobre isso: “Raul, este ainda não é o iPad. Ainda não tem a qualidade de produto e de acabamento que fazem o padrão Apple. Eles lançaram assim mesmo só para ocupar espaço com um novo produto. O iPad2 é que vai ser o verdadeiro iPad”. Pode ser que o Ivo tenha razão.

Como a minha praia não é a tecnologia, não estou muito preocupado com as novidades que vão ser lançadas hoje. Estou, isto sim, é atento às mudanças que estão ocorrendo desde o lançamento do pré-iPad, segundo o Ivo. Como este conceito de tablet atingiu a gente como consumidor, como está mudando nossos hábitos, nossa forma de nos relacionar com a tecnologia. E como este conceito também vai afetar o mundo dos negócios.

Senão, veja: nos jornais de hoje tem meia dúzia de notícias sobre os tablets. Uma mostra como eles estão invadindo as escolas, substituindo livros escolares e trazendo novas possibilidades de ensino via interação com os alunos. Como escrevi num blog anterior.

Noutra mostra os tablets invadindo as empresas, que já são responsáveis por um quarto das compras do produto em todo o mundo, para distribuir para seus funcionários. No Brasil, dizem, empresas representarão muito mais: 30 a 40% do total de 300 mil aparelhos que deverão ser vendidos aqui este ano. Deve ser porque, para variar, os tablets são muito mais caros aqui que nos outros países. Você precisa ser pessoa jurídica para comprar um.

Outra matéria deixa mais claro, para a gente, o tipo de uso que as empresas vão fazer dos tablets. Dá como exemplo um grande laboratório farmacêutico brasileiro que já comprou 1500 iPads para seus representantes de vendas. Eles vão substituir as 50 toneladas de folhetos e catálogos, que imprimem todo ano, para levar aos 400 mil médicos do país suas novidades e suas ofertas. Além do charme, é claro, de apresentarem seus produtos num tablet, que ainda é uma grande novidade tecnológica. Depois, se o médico se interessar pelo conteúdo, recebe uma cópia digital via email. É claro que o tablet também vai servir para fazer relatórios, pesquisar informações, enviar e receber emails, etc. Manter o funcionário permanentemente conectado com a empresa.

Outra matéria fala dos concorrentes do iPad –da Samsung, da RIM (fabricante do Blackberry), da HP, da Motorola e da Asus. Todo mundo querendo uma fatia deste mercado que cresce rapidamente em todo o mundo. E está forçando a queda de vendas dos labtops.

Podia continuar, aqui,  contando muitas histórias sobre os tablets. Por exemplo, ontem vi uma foto na Wired (revista sobre inovação e tecnologia) mostrando uma nova van elétrica da Volkswagen. No lugar do painel da direita, onde fica rádio, computador, etc, um iPad. Veja na foto abaixo.

Mas importante mesmo é analisar o modelo de negócios da Apple, que introduziu o conceito e é campeã de vendas até aqui. Porque ela tem a loja da Apple, umbilicalmente ligada ao tablet. Quer dizer, o iPad é movido a Apps (aplicativos) que fazem as coisas acontecerem. Por exemplo: você quer escrever, tem que comprar um App tipo Word (o Pages), que custa tipo US$ 9,00. Baratinho como software de texto, mas vendendo 15 milhões quanto dá? A Apple fica com 30% de tudo que é vendido ali. Um negócio enorme.

A maioria dos outros tablets usa sistema Android, da Google, que também abriu sua loja de Apps. Não é a Samsung ou a HP que ganham com a venda de Apps para Android (como a Apple) mas a Google –que passa a concorrer com a Apple neste novo mercado. Ela cedeu, gratuitamente, sua tecnologia em alta para os fabricantes de hardware. Mas vai ganhar na venda de software e conteúdo.

A maioria dos analistas tecnológicos acha que o tablet da Apple ainda está na frente. Mas muita gente prefere o sistema Android. Eu acho que a tendência é igualar resultados, partindo da cópia que todo mundo faz do iPad. No futuro os tablets devem ficar parecidos, com poucas diferenças, como acontece com os celulares. E aí o fator preço deve fazer a diferença.

E quem ganha esta guerra? A Apple é a única que tem os dois lados do negócio. Pode fazer como a Gillette sempre fez, vende aparelho barato porque seu negócio é vender gilete. Ou como a Kodak, que vendia câmera barata porque o negócio era vender filme. Onde a Apple ganha mais?

A verdade é que os outros fabricantes (que só ganham com a venda dos aparelhos) não estão conseguindo preços iguais ao da Apple –todos são mais caros. Se eu fosse o Steve Jobs, dava uma tacada de mestre. Depois do iPad2, que leva a Apple mais para cima, lançava uma versão mais simples –e mais barata. E passava todos os outros para trás.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

16- EGITO: INTERNET É O HERÓI. E A TV E A IMPRENSA?

Hoje é o grande dia que a imprensa está anunciando há vários meses: o lançamento do iPad2. A nova versão do produto mágico que, no ano de lançamento, vendeu mais de 15 milhões de unidades. Todo mundo quer dar, em primeira mão, as novidades que a Apple vai apresentar. Vai ser mais fino, com duas câmeras (na frente, para ligações com imagem, atrás, para fotografar), mais rápido, melhor resolução de tela, tela que não “suja” com os dedos, e por aí vai. E quem já tem iPad já acha que ficou para trás.

Um amigo, desses loucos pela Apple, me escreveu logo que comecei a escrever sobre isso: “Raul, este ainda não é o iPad. Ainda não tem a qualidade de produto e de acabamento que fazem o padrão Apple. Eles lançaram assim mesmo só para ocupar espaço com um novo produto. O iPad2 é que vai ser o verdadeiro iPad”. Pode ser que o Ivo tenha razão.

Como a minha praia não é a tecnologia, não estou muito preocupado com as novidades que vão ser lançadas hoje. Estou, isto sim, é atento às mudanças que estão ocorrendo desde o lançamento do pré-iPad, segundo o Ivo. Como este conceito de tablet atingiu a gente como consumidor, como está mudando nossos hábitos, nossa forma de nos relacionar com a tecnologia. E como este conceito também vai afetar o mundo dos negócios.

Senão, veja: nos jornais de hoje tem meia dúzia de notícias sobre os tablets. Uma mostra como eles estão invadindo as escolas, substituindo livros escolares e trazendo novas possibilidades de ensino via interação com os alunos. Como escrevi num blog anterior.

Noutra mostra os tablets invadindo as empresas, que já são responsáveis por um quarto das compras do produto em todo o mundo, para distribuir para seus funcionários. No Brasil, dizem, empresas representarão muito mais: 30 a 40% do total de 300 mil aparelhos que deverão ser vendidos aqui este ano. Deve ser porque, para variar, os tablets são muito mais caros aqui que nos outros países. Você precisa ser pessoa jurídica para comprar um.

Outra matéria deixa mais claro, para a gente, o tipo de uso que as empresas vão fazer dos tablets. Dá como exemplo um grande laboratório farmacêutico brasileiro que já comprou 1500 iPads para seus representantes de vendas. Eles vão substituir as 50 toneladas de folhetos e catálogos, que imprimem todo ano, para levar aos 400 mil médicos do país suas novidades e suas ofertas. Além do charme, é claro, de apresentarem seus produtos num tablet, que ainda é uma grande novidade tecnológica. Depois, se o médico se interessar pelo conteúdo, recebe uma cópia digital via email. É claro que o tablet também vai servir para fazer relatórios, pesquisar informações, enviar e receber emails, etc. Manter o funcionário permanentemente conectado com a empresa.

Outra matéria fala dos concorrentes do iPad –da Samsung, da RIM (fabricante do Blackberry), da HP, da Motorola e da Asus. Todo mundo querendo uma fatia deste mercado que cresce rapidamente em todo o mundo. E está forçando a queda de vendas dos labtops.

Podia continuar, aqui,  contando muitas histórias sobre os tablets. Por exemplo, ontem vi uma foto na Wired (revista sobre inovação e tecnologia) mostrando uma nova van elétrica da Volkswagen. No lugar do painel da direita, onde fica rádio, computador, etc, um iPad. Veja na foto abaixo.

Mas importante mesmo é analisar o modelo de negócios da Apple, que introduziu o conceito e é campeã de vendas até aqui. Porque ela tem a loja da Apple, umbilicalmente ligada ao tablet. Quer dizer, o iPad é movido a Apps (aplicativos) que fazem as coisas acontecerem. Por exemplo: você quer escrever, tem que comprar um App tipo Word (o Pages), que custa tipo US$ 9,00. Baratinho como software de texto, mas vendendo 15 milhões quanto dá? A Apple fica com 30% de tudo que é vendido ali. Um negócio enorme.

A maioria dos outros tablets usa sistema Android, da Google, que também abriu sua loja de Apps. Não é a Samsung ou a HP que ganham com a venda de Apps para Android (como a Apple) mas a Google –que passa a concorrer com a Apple neste novo mercado. Ela cedeu, gratuitamente, sua tecnologia em alta para os fabricantes de hardware. Mas vai ganhar na venda de software e conteúdo.

A maioria dos analistas tecnológicos acha que o tablet da Apple ainda está na frente. Mas muita gente prefere o sistema Android. Eu acho que a tendência é igualar resultados, partindo da cópia que todo mundo faz do iPad. No futuro os tablets devem ficar parecidos, com poucas diferenças, como acontece com os celulares. E aí o fator preço deve fazer a diferença.

E quem ganha esta guerra? A Apple é a única que tem os dois lados do negócio. Pode fazer como a Gillette sempre fez, vende aparelho barato porque seu negócio é vender gilete. Ou como a Kodak, que vendia câmera barata porque o negócio era vender filme. Onde a Apple ganha mais?

A verdade é que os outros fabricantes (que só ganham com a venda dos aparelhos) não estão conseguindo preços iguais ao da Apple –todos são mais caros. Se eu fosse o Steve Jobs, dava uma tacada de mestre. Depois do iPad2, que leva a Apple mais para cima, lançava uma versão mais simples –e mais barata. E passava todos os outros para trás.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

15- EGITO: ESTAMOS FORMANDO NOSSO CONSCIENTE COLETIVO DIGITAL?

As pessoas têm discutido muito o papel da internet na revolução do Egito, em todos os jornais do mundo inteiro. É uma discussão que não acaba nunca porque, no fundo, todo mundo tem razão.

Tem a turma que acha que a internet foi só um meio de comunicação, que revolução se faz é com gente. Com ou sem internet. E eles estão certos.  Afinal, já aconteceram movimentos parecidos sem internet -em 1968, na França, só para dar um exemplo.

Outros dizem que nada teria acontecido sem as redes sociais – que foi onde as pessoas se conheceram e onde começaram a discutir e planejar as ações que depois aconteceram no mundo real. Estes também têm razão. Quem pode afirmar que tudo aquilo aconteceria sem uma forma de contato digital, num país onde era complicado fazer manifestações ou até mesmo se reunir?

A gente não consegue mais imaginar a nossa vida, hoje, sem alguma influência do mundo digital. Mas quero dar outro passo à frente e botar mais lenha nessa fogueira. Mostrar a internet como um agente mais ativo ainda: quem disse que a nossa vida digital não pode influenciar a nossa forma de pensar -e assim influir na nossa vida chamada real?

Então vamos lá.  A internet aproxima as pessoas e seus valores, independente de todas as fronteiras (geográficas, culturais, religiosas, etc). Ali você lê revistas e jornais, livros, vê TVs de todo o mundo, sem censura. Pode visitar museus por toda parte, fazer cursos a distância nas melhores universidades. Participa de grupos de discussão, com amigos de todo o mundo. Resumindo: você vive experiências reais, independentes de tempo e espaço. Você pode estar aqui e lá, ao mesmo tempo. E isso é real, faz parte da sua vida.

De repente sua vida digital  entra em choque com o que a gente considera sua vida real. Como é que fica? Você vive toda essa sensação de liberdade na internet e depois sai na rua e esbarra numa realidade dura e crua. Como é que você se sente? Pelo que parece, no Egito deu 1 X 0 para a liberdade digital.

Vocês não acham que isso é possível? Que estamos formando, na internet, uma espécie de consciência coletiva digital -que está mudando a cabeça das pessoas mundo afora e influindo nos acontecimentos cada vez mais?

Aí está uma boa bola levantada para quem se dedica a estudar estes assuntos a fundo. E uma ótima preocupação para todos os ditadores que teimam em existir, em pleno século das redes sociais.

PUBLICADO TAMBÉM NO ESTADÃO, COMENTANDO BLOG DE PEDRO DÓRIA: http://blogs.estadao.com.br/pedro-doria/2011/02/06/a-revolucao-no-egito-depende-necessariamente-da-internet/#comments

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

14- iPAD: 1001 UTILIDADES.


Saiu na Folha de hoje: iPad vira Manual do Proprietário em novo carro da Hyundai, o Equus, nos EUA. Em vez do manual de papel, um iPad. Fabricante diz que, com o tablet, pode demonstrar melhor a suspensão do carro em uma animação, entre outras coisas.

Não diz ali que ele também pode atualizar algum assunto na hora que quiser, basta fazer um download. Nem que o iPad também serve para ver os mapas do caminho, como um GPS, ou para ver filmes armazenados nele, durante uma viagem. O fabricante ainda pode usar o iPad como forma de se relacionar com o cliente, baixando novas informações o tempo todo. Etc e etc.

Na mesma notícia fala de um Land Rover que chega ao Brasil, em Maio, com dois iPads fixados nas costas dos bancos da frente -para passageiros assistirem seu filme favorito no banco de trás. E por aí vai. Os tablets estão invadindo o seu carro também.

Na App Store já existem várias ótimas revistas da indústria automobilística mundial, como a da Mercedes, que migraram para a mídia digital atrás das vantagens de demonstrar seus carros com todas as possibilidades que o iPad oferece: filmes, animações, fotos com ótima qualidade, distribuição gratuita e mundial, para um público selecionado.

Mas ainda tem gente que não dá o braço a torcer. Na mesma matéria da Folha, ali de cima, dizem que os engenheiros das indústrias americanas responderam à Hyundai com uma piada: “Sabe o que você ganha se comprar um iPad por US$ 60 mil?  Um Hyundai Equus”.

Como já discutimos aqui antes, o tablets vieram para ficar. E para mudar a sua vida, seus hábitos, sua ligação com a tecnologia. E para mudar a vida das empresas também, como vimos no exemplo acima. Vai sempre existir uma nova aplicação para o tablet, em qualquer área de negócio que você pensar.

Isso me fez lembrar de um filme divertido, que saiu logo depois do lançamento do iPad nos EUA, lá por Maio de 2010, e que circulou na internet na época. E que vale para o que estamos falando agora. Se você ainda não viu, dá uma olhada.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

13- QUEM VAI SER O NOSSO MURDOCH: O FRIAS, O MESQUITA, O MARINHO? OU NENHUM DOS ANTERIORES?

Esta semana foi lançado o The Daily, primeiro jornal diário feito especialmente para o iPad. Ainda não dá para baixar o App (aplicativo que dá acesso ao jornal) aqui no Brasil, só nos EUA. Então não deu para ver como ele é, como funciona. Mas o que todo mundo escreveu é que tem cara de revista, é dinâmico (muda a capa e notícias durante o dia), usa as várias possibilidades do meio tablet (filmes, fotos 360, etc), interage com as redes sociais (tipo twitter e facebook). É o mínimo que a gente esperava de um jornal feito para iPad.

Importante é que eles encararam o iPad como uma nova experiência de leitura (mais que leitura) e não ficaram repetindo a cara de jornal ou revista que os periódicos têm no papel. Como continuamos a fazer aqui no Brasil. Saíram do zero, então fizeram o que consideram melhor para o novo meio. É uma ótima experiência, vai valer para o resto do mundo que está em cima do muro, à espera do que vai acontecer daqui para a frente.

Numa coisa eu concordo com Mr. Murdoch, que diz que o iPad é o dispositivo mais inovador dos últimos tempos. O iPad (e o tablet em geral) é uma experiência nova, que muda completamente a relação que as pessoas têm com a tecnologia –e isso é sentido fortemente quando a gente lê jornais, revistas e livros no tablet –e não no labtop. Muda tudo pelo simples fato da gente ter uma tela nas mãos, que leva para qualquer lugar. E por ter um nível de interação que o labtop não tem.

Leio meus jornais no iPad. Todos que eu quiser, de qualquer parte do mundo. Por enquanto tudo grátis. Leio revistas, por enquanto as que estão disponíveis sem cobrar. Ou leio as partes que cada revista deixa para acesso livre. Que já é bastante coisa, não dá para ler tudo que você tem direito. (Não é pãodurismo, é uma experiência pessoal e ao mesmo tempo o fato de não concordar em pagar US$ 4,99 para acessar a Veja ou Época, mesmo custo de quem compra a revista em papel na banca.)

E isso nos leva à parte mais importante da experiência do The Daily, que todo mundo está pagando para ver: o modelo de negócio vai dar certo?

Ele se propõem a ter um jornal diário que se pague (e dê lucro, é claro) metade por anunciantes e metade pelos leitores. Vão começar a cobrar, daqui a 15 dias, US$ 0,99 por semana pelo jornal. O que dá US$ 3,96 por mês, US$ 47,52 por ano. De quantos leitores eles precisam?

Um dólar por semana é um preço que combina com o iPad, onde a maioria dos apps é vendida aos mesmos US$ 0,99. As pessoas que criam estes aplicativos descobriram que é um grande negócio vender barato para vender para milhões. Que é a lógica online. Você não tem custo de materialização (impressão, no caso dos jornais) nem de distribuição. Logo o custo de produção é muito mais barato.

Grátis, o New York Times está sendo lido no iPad por mais de 1,5 milhão de pessoas em todo   o mundo (já que não tem barreiras geográficas). Isso diminuiria muito se ele cobrasse US$ 0,99 por semana das pessoas? Acho que não. Eu, mesmo distante, sem o NYT ser meu primeiro jornal de leitura obrigatória, toparia 0,99 para ter acesso a ele. Ao mesmo tempo que acho absurdo o Estadão cobrar R$ 29,90 por mês pela leitura online de seu jornal. Vamos cair na real, gente.

Acontece é que nossos empresários não acreditam (ou não querem acreditar) nessa mudança que está acontecendo, como o Murdoch. Ele foi o primeiro porque enxergou claramente que o futuro é por aí. E não porque tem dinheiro sobrando, nem porque quer rasgar dinheiro. Fez, isto sim,  é  porque quer ganhar mais dinheiro. Ele é o primeiro e, se fizer bem feito, vai ocupar um espaço que os concorrentes vão demorar um tempão para alcançar, se é que um dia vão alcançar.

É claro que vender informação depende muito do conteúdo. Você compra Folha, Estadão ou O Globo porque eles defendem uma posição parecida com a sua. É como partido político, é como time de futebol. (Eu gostava de ler Carta Capital até que o Mino tirou a carteirinha do PT e a revista ficou repetitiva, só defendendo o Lula e atacando os outros.) Também depende da força da marca que cada empresa já construiu no mercado.

Mas, com estas novas tecnologias, é muito mais barato lançar um jornal ou uma revista. Não precisa do poder das grandes impressoras, das frotas de caminhão para distribuir, das máfias das bancas. (Lembra como as pequenas agências de propaganda se desenvolveram depois da chegada dos computadores gráficos, que eliminaram a necessidade das grandes estruturas?)

Se os nossos grandes empresários da comunicação continuarem empurrando o problema com a barriga, nada impede que grupos de bons jornalistas ocupem este espaço. Como já tentaram fazer na época dos jornais impressos -não deu certo porque não tinham todos estes poderes à disposição, apesar de serem competentes. Quem sabe não dá certo agora,  com a ajuda desta nova tecnologia? Eu dou a maior força para as mudanças, para a evolução das pessoas e dos meios.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

12- iPAD VIRA LIVRO ESCOLAR.

Aconteceu esta semana: uma escola do Tennessee (EUA) decidiu exigir o uso de iPads pelos seus estudantes de 8 a 18 anos, para substituir seu livros didáticos pelos tablets eletrônicos. Tem uma explicação didática -já que as crianças também podem utilizar todas as possibilidades do tablet nas suas aulas. E uma explicação que tem a ver com saúde –alguns alunos chegavam a carregar nas costas, na mochila, quase 20 Kgs de livros didáticos. Ufa, que alívio.

Mas veja como as coisas mudam cada vez mais rápido. Não faz muito tempo, o Nicholas Negroponte, gurú de tecnologia do MIT, fez campanha pelo mundo inteiro para os países distribuírem um notebook por criança. Se lembra do notebook de cem dólares? Esteve no Brasil, falou com o Lula (lembra do Lula?). Pois já virou uma idéia velha. A última da tecnologia vai ser agora um tablet por criança. Para deixar todo mundo conectado.

O tablet é mais leve, mais prático, mais rápido, mais intuitivo, mais prazeroso, oferece mais mobilidade. É tudo de bom na mão de uma criança. Meu neto de 10 anos pegou meu iPad pela primeira vez e saiu navegando como se conhecesse o bicho há 10 anos. Nasceu com ele na mão.

E isto é só o começo. O iPad ainda nem completou um ano de vida: foi lançado em abril de 2010 e já está para sair o iPad2, com várias evoluções.  Também estão saindo dezenas de concorrentes de todas as marcas –com sistema Android ou Windows. Com tanta concorrência, adivinhe o que estas maquininhas estarão fazendo daqui a mais um ou dois anos.

Agora imagine um dia no mundo inteiro. Cada criança com seu tablet, carregando, em menos de 1 quilo, todos os livros que precisa. Sem custo de papel, de impressão, de energia, de distribuição. Em quanto tempo o tablet se paga? Não pode ser uma boa idéia para o nosso governo?

E quantas árvores serão poupadas por não fazer papel, quanta eletricidade não será usada nas impressoras,  quanta gasolina não será usada nos caminhões que distribuem tudo isso, quanto CO2 não será jogado no ar? Dá para fazer as contas?

Você acabou de descobrir quanto o nosso planeta ganha com isso. E esta talvez seja a melhor lição que nós todos  vamos ter com esta nova tecnologia.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

11- NEW YORK TIMES JÁ TEM 1,5 MILHÃO DE LEITORES EM iPADS.

NYT divulgou hoje: 1,5 milhão de pessoas já baixaram seu aplicativo para iPad. Muito mais leitores que o NYT no papel, que chegam a 950 mil no dia-a-dia e 1,3 milhão aos domingos. E, pelo que parece, o aumento de leitores digitais não afetou muito a quantidade de leitores no papel. O que é muito bom, embora a tendência seja a troca de uma mídia para a outra –mais cedo ou mais tarde.

O NYT parece ter trabalhado direitinho: encarou o iPad como uma nova mídia e fez uma versão especial para o tablet –diferente do NYT na internet. O que significa encarar o iPad como um novo negócio, com anúncios diferentes do que ele vende para a mídia impressa. Já tinha divulgado, mês atrás, que mídia eletrônica (em geral) hoje significa 30% de seu faturamento publicitário. Tá crescendo.

Assim eles podem tentar pagar a nova edição só com anúncios –e deixar grátis para os leitores, modelo preferido pela cultura da internet. Ou pagar parte com anúncios e vender o jornal para o assinante por preço compatível com a mídia iPad (Murdoch vai lançar seu The Daily, dia 17, por US$ 0,99 por semana).

Pausa. Talvez o que a gente esteja discutindo aqui não faça muito sentido para quem não é usuário de iPad ainda. Mas, acreditem, a experiência de ler jornais e revistas num tablet é completamente diferente de ler na internet - num notebook ou desktop. É muito mais prazeroso ter uma tela na mão que você carrega para todo lugar. Onde se  lê jornais e revistas formatados especialmente para facilitar e melhorar nossa relação com as informações.

Sem falar na possibilidade de novas formas de comunicação que eles podem acrescentar, para tornar esta experiência de ler jornal ainda mais diferente –filmes, fotos 360, entrevistas gravadas, e por aí vai. O que a gente vê hoje é só o começo, mostra apenas o potencial desta nova mídia para os veículos de papel. Fim da Pausa.

Aqui no Brasil o que a gente sabe é que a Folha seguiu o mesmo caminho do NYT –formato especial para iPad, o que quer dizer anúncios diferentes para a versão tablet. E acesso grátis (pelo menos por enquanto) para os leitores. Por isso mesmo é o mais acessado na nova mídia. Acho que está no caminho certo.

Não temos muitos números desta experiência. Mas aposto no crescimento dos leitores digitais da Folha espalhados pelo Brasil e até para outros países de língua portuguesa –e para centenas de milhares de brasileiros que moram fora do país. Quem sabe um jornal brasileiro não pode atingir números como aqueles lá de cima –mais de 1 milhão de leitores todo dia.

Os outros grandões, Estadão e o Globo, levam para o iPad a foto do jornal impresso –o que torna mais complicado o ato de leitura (você aumenta e diminui o texto com os dedos toda hora, empurra para baixo e para cima para conseguir enxergar aquela página grande numa tela pequena) e gera vários e demorados downloads de páginas, já que nossa banda larga é tão lenta. O que não é nada bom para nós leitores. Ainda mostra que não encararam a nova mídia como negócio. Como a gente diz, estão em cima do muro como a maioria dos nossos políticos.

Como esse pessoal aqui não quer ousar e testar seus próprios caminhos (adorariam empurrar com a barriga uma coisa que pode mudar profundamente seu grande negócio de hoje, baseado no poder de grandes impressoras e sofisticado sistema de distribuição: o jornal de papel), vamos ficar de olho no que acontece lá fora.

O NYT vai indo bem, por enquanto grátis para o leitor. Dia 17 o Murdoch lança o  The Dayli, primeiro jornal mundial criado especialmente para iPad, a US$ 0,99 por semana. Acredito que o modelo de negócio pode dar certo, é um preço compatível com a mídia. (Mas depende da forma de cobrar. Qualquer um paga 0,99 por semana. Ou até US$ 3,96 por mês. Já US$ 47,52 por ano faz as pessoas pensarem muito.) Só falta ver a qualidade do conteúdo. Bom conteúdo faz sucesso em qualquer mídia. Concorda?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

10- FEIRA DE TECNOLOGIA CONFIRMA: 2011 É O ANO DOS TABLETS.

O ano começa com a famosa CES, feira de tecnologia em Las Vegas. Ela é que deixa a gente antever o que vai acontecer no mundo dos bits. E quem é a estrela da festa? Os tablets, é claro. Todos os fabricantes correndo atrás do iPad, para não deixar a Apple tomar conta sozinha deste novo mercado –como aconteceu com a música e os iPods.

Li vários especialistas na área dizendo que os concorrentes estão chegando, mas que nenhum consegue ainda enfrentar o iPad de igual para igual. A maioria vem de Android, o novo sistema da moda, preferido da turma da tecnologia (que trabalha com PC) que não vai com a cara da Apple. Que não quer ficar dependente do iTunes e ainda gosta de personalizar tudo que usa, como fazem com seus smartphones. Por isso os Android tablets devem se desenvolver bastante nos próximos anos e as vendas, é claro, vão crescer. E a Microsoft, para variar, deve correr atrás.

Os tablets vão ser mesmo os grandes leitores de tudo que é papel (jornais, revistas, livros) daqui pra frente. Os grandes leitores de vídeos (palestras, séries de TV, longas, youtubes, etc) e um dia vão se ligar, para isso, na tela grande de sua própria TV. (Quando a gente fala leitores também está dizendo compradores. Este é o novo negócio.) E vão até substituir os labtops em quase tudo (por isso os notebooks ficaram por trás da cena, apesar das inovações).

(Acrescentando colaboração de Ivo Herzog: Raul, o iPad já esta integrado com a telona da TV, via o Apple TV e o protocolo Airplay da Apple. Alias, este protocolo começa a aparecer em recievers dispensando o Apple TV. O iPad se tona um Media Center comandando toda a imagem e som que saem na sua TV.)

Outra boa novidade da feira é o 4G, banda larga dez vezes mais rápida para celulares e tablets, via telefônicas. Usei meu iPad lá nos EUA e aqui, no Brasil. A diferença da velocidade lá e aqui, nas bandas 3G de hoje nos celulares, e nos Wifis domésticos (que a gente compra em casa) e públicos (nos shoppings, cafeterias) é muito grande. Nossas bandas largas estão anos luz atrás das velocidades que eles conseguem. Mas têm preços muito maiores que a banda larga de verdade. Com a estréia do 4G então, vamos ficar ainda mais para trás. E estes novos tablets (como os novos smartphones) são muito rápidos. Mas dependem de uma banda decente para mostrar todo seu valor.

Uma outra notícia de começo de ano,  que combina com este futuro, diz que o governo americano vai distribuir iPads para estudantes. Nada de notebooks, netbooks, vão pular direto para o tablet. E nada mais natural botar a criançada para lidar com a nova tecnologia que está surgindo, que é muito mais intuitiva e fácil de usar. E que navega na internet que é uma beleza.

Aqui na terrinha, enquanto isso, no segundo semestre de 2010 as grande livrarias enfim entraram no negócio dos livros digitais. Puxadas pela Cultura e pela Saraiva, fizeram uma grande festa: o eBook chegou. Coisa que a Amazon já faz há muito tempo. 

E que é uma boa. Principalmente quando a gente viaja e leva uns 5 quilos de livros para passear– não sei viajar sem levar uns 3 livros que acabo não lendo e que viajam o mundo na minha mala. (Tinha um campeão de milhagens, Obras Completas do Drumond, em papel tipo bíblia, que fez várias viagens, até que perdi em algum aeroporto. O Drumond deve continuar viajando o mundo na mala de outra pessoa.)

Bem, já que o leitor de livros digitais mais vendido no mundo é o Kindle (da Amazon) e o novo sucesso de vendas é o iPad, seria de supor que as livrarias brasileiras formatassem os livros para eles. Mas não é bem assim. Temos eBooks para todos os leitores digitais (aí listam Sony, Positivo que nem tinha sido lançado, e outros que nunca ouvi falar) menos para iPad e Kindle. Não entendeu? Acho que eles só querem dizer que têm eBooks, não querem mesmo vender para valer. Quantos brasileiros espalhados pelo mundo têm Kindle ou iPad e comprariam um livro da Cultura ou da Saraiva no bom e velho português?

Sou usuário de iPad e Kindle. Prefiro levar livros no Kindle. A tecnologia com eTinta, sem luz por trás, é muito mais agradável para ler textos por muito tempo. Acho o iPad melhor mesmo é para livros especiais, ilustrados ou de fotografias.  Aí ele é imbatível. Então vou ter que continuar comprando livros na Amazon, que está aumentando a quantidade de livros em português. Se eu fosse leitor do Paulo Coelho, por exemplo, já teria ali suas obras completas.

Para não ficar tão feio a Saraiva lançou, na virada do ano, livros na versão iPad também –segundo diz, a primeira versão brasileira para o tablet. Enquanto isso, se você vai ao site da Amazon (criadora do Kindle) não encontra só livros digitais versão Kindle. Tem para iPad, tem para PC, tem para Mac, tem para tudo. Os americanos querem vender para todo mundo (já que livro digital não tem fronteiras, é um negócio mundial) e não têm preconceito contra os outros leitores. Venda é venda.

Se você fosse hoje um escritor brasileiro de sucesso, em que livraria on line você ia preferir vender seus livros? O mago escolheu a Amazon. Teve alguma visão?