domingo, 19 de dezembro de 2010

6- THE WEEK AFTER, PARA AS SEMANAIS.


As revistas semanais continuam cobrando para você receber a versão digital no iPad. Por modestos US$ 4,99 (em dólar mesmo) você compra a nova Veja ou a nova Época. Nenhum desconto pela economia de papel e de distribuição.

Ambas ofereceram a edição do dia 12/12 de graça, na semana de lançamento oficial do iPad no Brasil. Só para mostrar que estavam em dia com a tecnologia. Depois disso, parece que não tem mais comida grátis. Revista em bits custa a mesma coisa que a revista feita com átomos.

A Veja, que pensei que ia jogar mais duro, por ser a líder de vendas, faz um afago toda semana nos novos leitores digitais: edições especiais grátis. Na primeira semana foi a edição 3D. Páginas e páginas explicando a nova tecnologia e mostrando as TVs 3D que já estão à venda. Esta semana veio a edição especial SUSTENTABILIDADE. Vejam vocês.

Ainda da editora Abril, revistas masculinas e de negócios grátis (por enquanto). É o caso da  EXAME, que já deixou duas edições para download (de 25/11 e 15/12). E da revista ALFA, edição de dezembro. Não sei ainda se é só por um período, ou se a estratégia é essa mesmo. Só tenho que aplaudir.

O que me intriga é que todos esses casos nada mais são que a reprodução digital da revista de papel. Não são revistas formatadas especialmente para o novo mundo. Isso quer dizer que ainda não estão encarando a edição digital como um novo negócio, com edição diferente e novos anunciantes. Mas sim um período de degustação, com os anunciantes do papel recebendo uma audiência extra- agora digital.

A editora Globo, que deveria estar aproveitando a oportunidade para aumentar seu share digital (na minha modesta opinião) é que não está jogando para a platéia. Uma única edição de Época de cortesia e ponto final. Logo a Globo que está na TV, internet, TV a cabo, banda larga, jornais, revistas. (Esqueci o que?) Parece a mais reticente na ponte entre imprensa e mundo digital. Ofereceu uma edição grátis de sua muito boa Época Negócios e também parou por aí.

Isto É Dinheiro, por sua vez, deixou várias edições grátis à disposição dos tablets e deve ter recebido muitos down loads. Enquanto a revista Isto É nem apareceu ainda por aqui. Parece que cada revista da Editora 3 faz um jogo diferente.

Vou continuar acompanhando esse processo. Para mim é muito claro que o caminho digital é irreversível. Com a evolução dos tablets e outras tecnologias, a leitura digital vai ser cada vez mais comum no dia a dia. As revistas e jornais vão acabar? Não necessariamente. Mas está claro qual é o caminho do futuro. Que começa agora para as marcas que merecem hoje o respeito e confiança de seus leitores, em suas edições de papel. Que podem não ser as mesmas no futuro mundo digital. Um belo desafio, não é mesmo?

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